quinta-feira, 15 de março de 2012

Quando me chamar de hipócrita, imagine-me como seu reflexo


E todo mundo dizendo um monte de mentiras
E tentando parecer legais e famosas
E um monte de gente confundindo fama com má fama
E gente dizendo o que você deve ou não fazer
Um monte de hipócritas idiotas
E por aí um monte de bêbados falando mal dos alcoólatras
E um monte de conservadores tristes e com inveja
Dos loucos andando com sorriso estampado em seus rostos
E o único sentido de tudo é que nada faz sentido algum

Poema de um desiludido


Tudo parece normal, a luz fraca amarela
Os mesmos bêbados de sempre
Um copo esvaziando e outro que me espera cheio
Um cigarro terminando de queimar
Um maço chegando ao fim no bolso

E o lado bom da bebida é que ela não fala
Não escreve nem te olha
Apenas te embriaga, e esvazia a cabeça
Deixa você pensar melhor em coisas mais importantes
Algumas coisas simplesmente não te deixam pensar
Devem achar que a gente sempre sabe de tudo
E que não é preciso pensar antes de escolher

A gente nunca sabe o que está por vir
Planos são só planos até estarem completos
E você poder dizer: “Puta merda, deu certo mesmo!”
Antes disso tem sempre a maldita expectativa
A incerteza sobre tudo que tem por aí

E você ouve isso e aquilo de umas e outras
 E acha que tudo vai dar certo e ficará legal
E no fim tudo que te sobra é a porra de uma bebida barata
Nunca dá para saber o que está acontecendo de verdade
E dizem uma coisa quando querem dizer outra
E já é de madrugada e está tudo fechado
E nada resta, senão tentar dormir antes de passar a embriaguês

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Era um dia comum, adultos indo para a escola, crianças indo trabalhar, cachorros aparando a grama, gatos sentados nas cadeiras de varanda, fumando charuto e bebendo leite com achocolatado. Eu estava a caminho da escola, montado no Charlie, meu lagarto irlandês. As pessoas andando para lá e para cá como se tivessem todo o tempo que pudessem, homens olhando os belos traseiros das mulheres, mulheres caminhando e arrumando suas maquiagens.
Todos fazendo coisas inúteis como se fosse realmente necessário.
Lá estávamos eu e Charlie, eu tomava meu copo matinal de rum, os cabelos bagunçados voando pelos lados da cabeça conforme o vento batia, quando de repente...
Uma terrível vaca se materializa na minha frente, seus incríveis pelos roxos fluorescentes, brilhando absurdamente e nos cegando, Charlie põe-se cuidadosamente de pé para não me derrubar, desço e ele se põe em posição de defesa, me escondo atrás de um cacto no jardim da casa em que parei, todos começam a correr desesperadamente tentando se proteger do que estava por vir.
Os olhos da vaca começam a brilhar, pretos, uma aura verde cresce ao seu redor, Charlie veste suas luvas e puxa uma de suas escamas, transmutando-a em um óculos escuro, ele o coloca e então é capaz de emitir raios ultravioletas que destroem os pelos das vacas, deixando-as vulneráveis, enquanto a vaca geme com a perda dos seus pelos, Charlie pega o celular e pede uma pizza, que na verdade é o código secreto dos Animais Defensores dos Humanos para avisar o aparecimento do clã da natureza*.
Charlie levanta outra de suas escamas e então tira um copo de cianeto, então pega uma colher e joga um pouco do conteúdo na vaca, que em seguida, começa a desintegrar, então fica apenas observando a vaca se contorcer no chão, enquanto espera a chegada de algum outro membro da organização
Alguns instantes depois Pitty surge voando, se aproxima e pousa ao lado de Charlie, abre a caixa de pizza e começa a comer, enquanto observa a vaca maldita desintegrar no chão, Charlie pega um pedaço também.
- Pressinto coisas ruins para este fim de semana – diz Charlie.
- O mestre falou que a Bananeira do Destino começou a murchar – comenta Pitty.
Fica apenas uma mancha escura onde antes estava a vaca, as pessoas retomam o que estavam fazendo, eu subo nas costas de Charlie outra vez e ele me leva para a escola, acompanhado por Pitty.


*nome provisório, quem tiver uma ideia para um nome melhor, compartilhe-a.
 

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

...


Fui assistir a uma apresentação bizarra de pôneis carnívoros voadores. Eles estavam mascando ameixa da Pérsia, enquanto destroçavam um bando de jacarés amedrontados. Uma pessoa da platéia ficou com dó dos jacarés e invadiu a apresentação. Nunca vi um pônei tão furioso, ficou de pé em suas patas traseiras e quando atingiu a altura do peito do homem, mordeu com tal voracidade que o dividiu em dois.
                Alguns expectadores ficaram tão desesperados que saíram gritando histericamente, o que não foi boa idéia, pois só irritaram os pôneis ainda mais.
Eu não saí, os pôneis só me pareceram ainda mais divertidos, sem senso de humor, mas divertidos.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Quieto demais para ser verdade...


Era tarde de terça-feira, a rua, geralmente movimentada, estava deserta, havia apenas um gato passeando pela grama da família Parker. Seus olhos âmbar vidrados em qualquer coisa do outro lado daquele canteiro.
As nuvens moviam-se de maneira engraçada, com formas engraçadas. O sol batia de leve, apenas um toque morno aconchegante, chego em casa e sento na cadeira da varanda apenas para observar a quietude maravilhosa. Acendo um cachimbo e começo a jogar a fumaça para o alto, ninguém em casa também, havia um toque de surrealismo naquela tarde, mas tardes assim eram raras, principalmente durante a primavera, então eu decido me dedicar ao ócio o quanto fosse possível.
Não muito tempo depois um clarão verde fluorescente explode na minha frente e então um lagarto cabeludo surge no meio da rua, no lugar onde houve o clarão. Olho verde esmeralda na mesma cor da escama, cabelo ondulado laranja seguindo até a metade do corpo. Um metro e meio de altura, talvez um pouco menos, apoiado nas patas traseiras. Olha na minha direção, ergue a pata dianteira direita...
- Olá – diz o lagarto com uma voz suave.

domingo, 31 de julho de 2011

Somos um!


Sua felicidade é a minha felicidade.
Sua alegria é a minha alegria.
Suas lágrimas são as minhas lágrimas.
Sua dor é a minha dor,
Pois somos um.

Você me completa,
E eu te completo.
Somos um onde estivermos,
Não importa a distancia, somos um.
Não importa as dificuldades, somos um.

Assim como a verdade não existe sem a mentira,
Assim como o bem ñ existe sem o mal
Assim como a coragem não existe sem o medo
Eu não existo sem você.

Somos um na vida e na morte,
Somos um ontem, hoje e amanhã,
Uma só vida, uma só existência, um só amor,
Somos um...

“Eu procurei a vida inteira pra encontrar você!”